Two Ways
Postando bibliografia de personagem criada para o RPG Hogwarts. Minha primeira personagem feminina criada fora do ambiente Durmstranguiano, e estou adorando desenvolver a história dela. No histórico, utilizei de fatos reais, pois queria uma quase princesa de Mônaco, e para isso, acabei utilizando dados reais, incrementando com a parte da fantasia, na qual coloquei alguns membros bruxos na família do principado, sem falar na inclusão de membros fictícios. Não sei ao certo se era correto, mas como tratava-se de uma história, achei que não teria problemas em misturar fatos reais aos fictícios.

Nota: a Bio abaixo foi feita para a participação em um RPG baseado na história de JKR, Harry Potter, e é criação anterior à visão que tenho hoje sobre direitos autorais e respeito às obras de outras pessoas. Caso eu esteja quebrando alguma regra, só falar!


Nome Completo: Annelize Louise Massy Facinelli

Idade do Personagem: 16 anos

Data de Nascimento: 23 de outubro

Ano: 4º ano

Filiação: Jean-Léonard Taubert-Natta de Massy e Margarity-Louise Bouvery de Massy

Ocupação: Estudante

Interesses:

Antes: Conquistas, festas, Feitiços

Depois: Sua alma dilacerada não consegue mais sentir interesse por nada!


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Bisneta de Antoinette Louise Alberte Suzanne de Grimaldi, Annelize Louise de Massy nasceu ao meio dia do dia 23 de outubro, em Mônaco. Um dia repleto de brilho, como a própria menina. Filha de Jean-Léonard, filho de Antoinette, e de Margarity, Annelize nasceu com toda uma vida traçada, afinal, era uma futura baronesa, bisneta da baronesa de Massy e deveria ser treinada para quem sabe um dia herdar o trono monegasco. Claro que a herança era pensar demais, uma vez que a família de Antoinette havia perdido o lugar na sucessão do trono, algo que a baronesa de Massy nunca superou.

A família de Lize era um tanto incomum. Antoniette, irmã de Rainier, foi a única na família Grimaldi a nascer com dom para a magia. Era um fato inusitado e que sempre foi muito bem guardado pelos pais da bruxa. Não que os pais achassem aquilo uma aberração, mas não podiam se dar ao luxo de trazer a tona que uma das possíveis herdeiras do trono de Mônaco fosse uma bruxa. Seria um escândalo! E assim Antoinette cresceu escondendo-se de todos. Formou-se na Academia Italiana de Magia, muito conceituada. Do seu primeiro casamento, nasceram três filhos, dentre os quais a avó de Annelize, Elisabeth-Anne de Massy, que também herdou o dom da magia.

Estudos antigos, solicitados pela Baronesa de Massy, descobriram que a magia fazia parte da família Grimaldi há muitas gerações, tendo pulado apenas duas ou três, como fizera com seus pais e seu irmão. Elisabeth se casou com um bruxo de grandes posses, conde, e teve três filhos, ambos capazes de realizar magia. Jean-Léonard, primogénito de Elisabeth, foi por muitos considerado um verdadeiro herdeiro do título de herdeiro da realeza, motivo pelo qual acabara por fazer do jovem um tanto quanto esnobe, e cheio de si. Casou-se com Margarity, uma bruxa de uma família tradicionalíssima, detentora de muito poder econômico e político na França. Margarity sempre se encantara com a possibilidade, ainda remota, de ser declarada princesa e um dia rainha, motivo este que fez Antoinette possuir uma empatia muito grande pela esposa do neto.

Elisabeth entretanto, nunca fora muito ligada à uma herança, que segundo a mãe haviam lhe roubado. Mas a família Jean e Margarity preferiam sonhar com os títulos supremos da realeza. E quando Annelize nasceu, ambos, Jean, Magarity e Antoinette declararam que a menina teria sim um título nobre e para tanto deveria ser treinada para isso. Antoinette já começava a mexer seus pauzinhos, analisando futuras relações para a bisneta, que a colocassem novamente na linha direta de sucessão, mesmo que fosse apenas por estar casada com algum primo de herança garantida.

A jovem Annelize nascera com pele branca, maçãs da face rosadas e se não fosse pelos belos cabelos loiros, certamente poderia ser chamada de Branca de Neve, claro que ainda faltariam os sete anões XD. Assim, Antoinette mudou-se para a casa do neto, para ela mesma cuidar da educação da bisneta e junto com a mãe buscavam sempre uma aproximação da família real. O rei de Mônaco na época do nascimento da jovem Annelize ainda era o pai de Antoinette e Rainier ficara apaixonado pela pequena sobrinha (bis)neta. Era um chamego e todo com a jovem criança, para felicidade da família Massy, que não saia do palácio real. Para os pais de Annelize aquela reação de Rainier havia saído melhor que encomenda.

Assim, a pequena Lize cresceu recebendo todos os ensinamentos para recuperar o título de princesa de seus antepassados. Aos quatro anos tinha aulas de piano e música classica, aos seis, com o aparecimento de seus dons mágicos, um professor particular fora chamado para ajudar a pequena menina a controlar-se e não sair fazendo feitiços por aí, o que poderia causar um certo constrangimento à família. Aos nove anos começara uma amizade com um primo, Louis, sétimo na linha de sucessão, por insistência dos pais e da bisavó. Annelize não suportava a presença do menino, mas era inevitável o garoto passar o dia todo na casa dos Massy. Lize tentava sempre escapar, dizendo que precisava estudar piano, para se tornar uma ótima pianista, mas sua mãe sempre dava um jeito da garota ficar com o primo grudado em seu pé como chiclete. Lize ainda não compreendia bem o que sua família planejava, e acabou por vez se rendendo a conceber uma amizade com o primo. Enquanto esperava para poder entrar na Academina Italiana, Anne fora enviada para um colégio normal em Mônaco, o mesmo em que o rei havia estudado.

Enquanto isso, Lize vivia um misto em que se sentia maravilhada com seus dons mágicos e o dilema de os ter que esconder quando estava na escola e até mesmo da companhia do primo. Sua bisavó lhe dava aulas diárias de etiqueta e de francês, assim como ela aprendia o idioma local de Mônaco e o inglês. A inteligência da jovem Massy era notada por todos, assim como sua beleza, que se revelava a cada dia. Antoinette também ensinava a menina um pouco da arte da conquista, o que a menina achava um máximo, principalmente as jogadas de leques e sorrisos.

Quando tinha onze anos, a esperada carta da Academia Italiana chegou, e Lize então foi mandada para lá. Iria estudar fora, assim como o rei havia feito. A família alegava que mesmo o país tendo boas escolas era inevitável mandar a jovem menina para estudar em um colégio interno, pois assim receberia uma boa educação. Nessa época seu primo Louis estava com 15 anos, e já se mostrava muito bonito. A menina, com a convivência tão próxima parecia seguir certinho os planos da família e começava a gostar do primo. Louis por sua vez se encantava mais e mais com a beleza da prima.

O primeiro ano em uma academia bruxa fora surpreendente para Lize. Era engraçado para a garota ser tratada ali igualmente a todos. No começo era bastante tímida, mas era astuta, inteligente, bastante habilidosa no lidar com as palavras, tanto que no meio do ano na academia a jovem já se destacava em Feitiços e no fazer amigos. Seu jeito alegre, despojado era um atrativo para as colegas, ainda mais quando algumas delas descobriram a descendência da jovem. No final daquele ano, o quarteto formado por Annelize, Marine, Lilyn e Ellen era inconfundível naquela academia, e onde se encontrava uma, poder-se-ia ter certeza de que acharia as demais. A cada dia naquela academia, Annelize ia se moldando cada vez mais, aprendendo mais, transformando-se, tomando consciência de seus dotes. As férias de verão marcaram um encontro com o primo Louis, arquitetado pela bisavó. Louis estava como um príncipe, com porte e elegância dignos de sua posição social, além de ser divertido e bastante inteligente. Lize também estava ainda mais bonita, mas possuia um Q que a fazia diferente daquela menina que partira há um ano. Esse jeito novo fazia Louis prestar muito mais atenção à prima. Antoinette estava tão feliz em perceber o interesse de Louis para com sua bisneta que nem reparara direito que a jovem não estava tão passiva de deixar-se influenciar. Naquele mesmo verão, para alegria de mãe e bisavó, Lize e Louis começaram um affair. Lize começava a iniciar-se na conquista, e entrar na adolescência só a ajudava.

O segundo ano estava para começar e Annelize prometia uma volta e tanto. Os cabelos mais loiros, o ar muito mais leve e o visual arrasa quarteirão era apenas o começo. O affair com o primo fora muito instrutivo para a jovem, mas ela havia percebido que o priminho era muito pouca areia para toda aquela Scania que ela era. Senhora de si, Annelize via na Academia o lugar em que poderia ser quem quisesse, como quisesse, pois ali o olhar da mãe e da bisavó não pesavam nada sobre seus ombros. Quando chegasse em casa, voltaria a ser a "santa" filha. Enquanto isso não chegava, ela seguia seu caminho. Annelize era muito boa em feitiços, isso era verdade, assim como poções e duelo. Muito raro a jovem perdia uma competição. Mas queria expandir seus horizontes e então fez o teste para o time de quadribol, um esporte tão amado na Itália quanto era na Inglaterra. A jovem fora aprovada para a posição de atacante, e incrivelmente, era a única menina no time de sua casa. E isso não era nem um pouco intimador para a jovem, que no fundo adorava.

Suas amigas ficavam horrorizadas em ver a jovem futura baronesa jogando em cima de uma vassoura, mas Lize pouco se importava. Em pouco tempo acabou sendo eleita capitã do time, levando sua casa a uma vitória esmagadora ao final do torneio. Para ela não havia melhor lugar do que ali, rodeada pelos colegas, adorada por eles e invejadas pelas demais meninas. Enquanto jogava acabou tendo outro affair com um colega de time, mas não durou muito, pois a menina alegara que o jovem não sabia dividir, sendo muito controlador de seus passos.

Dona de uma lábia poderosa, Lize conseguia muitas coisas só com o conversar com as pessoas. Impunha respeito, é verdade, e em muitos casos até um certo medo. A ela era sempre creditado o ponche batizado, apesar de que nunca ninguém a pegara com a mão na massa. Juntamente com as amigas, Lize ditava a moda na Academia Italiana, usando seus Dior, seus Pradas, sempre muito elegante e provocante nas festas. Conquistava qualquer garoto que quisesse, e fazia dele gato e sapato, usando até quando lhe fosse útil.

As amigas achavam um máximo a coragem da jovem bruxa, e seu jeito de lidar com os rapazes. Enquanto isso, o primo lhe escrevia cartas, contando-lhe das saudades que sentia. Lize nem as lia mais, apenas ditava para sua pena algumas palavras do tipo, "também estou, não vejo a hora de te ver", em resposta às apaixonadas cartas do primo. Quem dera ele soubesse o quanto sua paixão estava triste com a distância. Um dia ela, ao receber uma carta do primo, ela passou-a para a amiga Marine ler e responder por ela, pois ela estava muito atrasada para um encontro com um garoto do terceiro ano.

As férias de verão vieram de forma rápida e a garota não sentia a mínima vontade de voltar para casa, em chegar e ter que aturar o primo, o qual já considerava muito "sem sal" para ela. Mas não podia demonstrar isso, ou sua bisavó poderia começar a desconfiar e sua vida estaria acabada. O primo a recebera amorosamente, sempre apoiado pelas duas matriarcas, enquanto Lize fingia que também estava com muitas saudades. Sempre que voltava da escola, Lize tinha que tocar para uma centena de convidados da família e para o rei, que ainda detinha pela garota uma grande estima. Ela gostava do rei, e o considerava muito importante, não por sua posição, mas porque ela sentia que ele gostava verdadeiramente dela. Por isso, sempre que estava na companhia do tio bisavô, fazia questão de tocar para ele, mostrando sempre seu lado gentil e doce.

O terceiro ano também fora muito proveitoso para a jovem, que agora também se destacava na monitoria de casas. Era uma monitora muito exemplar, diziam os professores, pois apesar das saias alguns dedos acima do joelho, Lize era uma "santa" aluna, que conseguia os melhores resultados e estava sempre preocupada em ajudar os amigos. Como capitã a garota conseguia ótimos resultados também. Nesse ano ela começara um namoro com um colega do quinto ano, Gerrard, um francês dado a ser conquistador. Lize logo lhe mostrou como se dançava na música dela, e o garoto era todo devoto da menina, que agora tinha 13 anos.

Lize nunca deixava as pessoas se aproximarem muito de si. Nem mesmo suas amigas inseparáveis sabia o que se passava ao certo no coração da jovem. Ela vivia um momento delicado de sua vida, em que de um lado sentia o prazer da liberdade, do vento batendo em seu rosto, lhe convidado para as aventuras que ele guardava, e de outro a pressão de seus pais para oficializar o namoro com o primo, e assim, quem sabe garantir um casamento e um título para toda a família. Annelize não se via casada, ainda mais tendo apenas um amor. Ela gostava de brincar com o perigo, de sentir a adrenalina correndo solta ao encontrar, na calada da noite, com dois ou mais garotos. A fugir dos bailes, beber e beijar tantos quanto fossem possíveis.

Mas Annelize não deixava qualquer um se aproximar. Seus alvos eram sempre os "gatinhos" da academia, principalmente os de anos mais avançados. Gostava dos beijos calientes, das mãos bobas... gostava de tudo ali. Mas tinha que retornar para uma vida de prisão sempre ao iniciar do verão. A jovem já não suportava mais viver aquela vida dupla. Queria ser provocante, queria poder soltar aquele olhar malicioso sempre, não queria mais se esconder. Mas como? Naquele verão Annelize teve uma grande surpresa ao voltar para casa. Uma festa estava preparada para a jovem, uma festa que ela pensou ser de boas vindas, mas que na realidade fora feita pela mãe e bisavó e anunciavam o relacionamento dos primos e o pedido de noivado.

Lize teve vontade de fazer o primo engolir a aliança, e não seria pela boca. Queria sair correndo daquele pesadelo. Onde já se vira, querer prender um pássaro? Ela não suportava a ideia de ter que viver ao lado do primo, em um possível casamento de aparência. Aquele sem dúvida fora o pior verão da jovem e ela não via a hora de voltar para a Itália. Naquele ano, o noivo, a mãe e Antoinette foram pessoalmente levar a jovem Annelize na academia, para que ela pudesse curar o quarto ano. Lize, vestida de taier, em tom sóbrio, muito bem comportada fazia com que suas amigas não acreditassem no que viam, afinal, havia se acostumado com a colega que usava a saia do uniforme no mínimo um palmo acima do joelho, a blusa com os botões quase todos desabotoados, sempre mostrando o belo colo que a jovem tinha e os cabelos soltos, com cachos nas pontas. Isso sem falar no infalível batom vermelho que a acompanhava. Aquela não era a Lize que elas conheciam.

Anne não aguentava mais, mas teve que suportar até que todos fossem embora. Quando viu a carruagem passar portão a fora, a primeira coisa que fez foi desamarrar os cabelos, pegar o batom vermelho e passar nos lábios. Depois arrancou o paletó, jogando-o ali mesmo. Desabotou-o a blusa um pouco e foi para o dormitório tirar aquela saia. Precisava colocar algo melhor, que fizesse jus às suas pernas longas e bem definidas. A aula de feitiço já havia começado quando Lize chegara. O professor não a deixou entrar. Era um novo professor e isso não agradara a jovem, sempre acostumada a fazer o que bem quisesse naquela aula.

Fora a primeira vez que Lize perdera uma aula de feitiços e seu humor não estava nada agradável quando as amigas a encontrara em um corredor. Havia acabado de encontrar um garoto que tivera um caso no ano anterior. Ele lhe perguntara sobre um dia que ela o havia deixado esperando e se realmente ela estava tendo uma reunião, pois um colega falara que ela estava em reunião, mas uma bem particular com outro colega. Lize não gostava de ser cobrada e não se deu muito ao trabalho de se explicar, afinal, já nem gostava mais do garoto. Que parasse de incomodá-la. Mas ela queria saber era o nome da língua solta que falara a ele, ah, isso sim ela queria saber.

Realmente aquele não era o melhor começo na academia, ainda mais quando as amigas chegaram todas animadas, contando do professor de feitiços. A garota nem escutou, saiu andando para a próxima aula.

Quando finalmente conheceu o novo professor de feitiços Lize não achou nada de interessante nele. Não entendia como as garotas poderiam se descabelar por ele, suspirar por aquele professor. Claro que ele era charmoso, Lize não negava, mas também não era para tanto, ela falava para as colegas. Lize continuava com sua vida dupla, livre na escola, preza em casa, mas foi quando Louis veio lhe fazer uma visita surpresa que Annelize viu que já não suportava mais aquela vida. Terminara ali mesmo, o noivado, deixando o noivo plantado no corredor sem entender o que havia feito de errado.

Sua bisavó veio no dia seguinte para saber o que havia acontecido e fazer a menina voltar atrás. Mas Annelize não estava para tanto. Disse que se sentia pressionada, que não sabia se era realmente aquilo que queria da vida, que era muito jovem para assumir um compromisso tão grande, mas não houve jeito, sua bisavó tinha um tom definitivo na conversa. Era para reatar o noivado. Lize bateu o pé, mas naquela mesma tarde Louise recebeu um bilhete de Lize lhe pedindo desculpas e pedindo para reatar o noivado.

Lize estava revoltadíssima em não poder seguir o que ela queria e havia traçado para si, e então resolvera ser ainda mais ousada na escola. Ali ira ser ela mesma. E assim, em uma conversa entre amigas, em um dormitório surgira a proposta mais tentadora para Lize. Era o que ela precisava, sentir o perigo, saber até onde poderia conseguir ir, e saber o quanto era irresistível, apesar de que a jovem sabia exatamente que era irresistível mesmo. Sua missão era conquistar o professor de feitiços e então comprovar se o mesmo beijava ou não bem.

Lize ria com os olhares que as amigas faziam, principalmente quando via que elas achavam que a garota não conseguiria. Mas Lize não estava acostumada a ter derrotas em seu currículo. Assim, começou a traçar e desenvolver seu plano, "À caça do professor". Repentinamente Lize começara a ter dificuldades na aula de feitiços, sempre lançando alguns feitiços de forma a atingir algum quadro ou a mesa do professor. Era estranho ver sua melhor aluna demonstrar tanta falta de talento para feitiços simples, e Vito procurou saber o que poderia estar acontecendo com a aluna.

- Professor - ela falava com voz suave e doce - Acho que perdi o dom - fazia cara de preocupada, enquanto falava com o professor sozinha na sala de aula.

- Senhorita Massy

- Annelize, por favor. Não gosto que me chamem de Massy.

- Senhorita Massy, a gente não perde o dom repentinamente. - ele falava, enquanto ela fazia uma cara de quem não gostara do professor a chamar pelo sobrenome.

- Sabe o que é professor. É que tem sido um começo de ano complicado, muitas coisas...

- Senhorita, talvez seja bom a senhorita ir conversar com nossa orientadora educacional - ele sugeria.

- Ah não professor - ela respondia delicadamente - Acho que talvez algumas aulas extras ou exercícios podem resolver. Acho que preciso apenas me concentrar mais. Sabe, nunca tive problemas antes com feitiços.

E assim a jovem conseguira aulas com o professor no escritório dele. No começo era uma aula por semana, sendo que a jovem conseguira expandir para três vezes na semana os encontros. Lize só tinha uma coisa em mente: Conquistar o professor, e ela nunca deixava de cumprir algo que havia prometido.

Aos poucos, conversa vai, treino vem, movimentos juntos para a execução de feitiços e foi inevitável o envolvimento do professor. O primeiro beijo saíra ali mesmo, no escritório do mestre, roubado pela aluna. Vito ficara surpreso com a atitude da garota e a mandara embora. Lize consentiu, enquanto pedia desculpa ao professor pelo passo dado. Era muito fácil se fazer de arrependida, de vítima do momento. No auge de seus 14 anos a menina estava com o corpo bem definido, cintura fina, pernas torneadas e seios quase formados. Era uma pequena mulher que sabia usar muito bem seus dotes.

No dia seguinte Lize evitou o professor, tudo parte de seu show, permanecendo evitando de olhar para ele por uma semana. Ao final, ela foi até o escritório. Bateu de leve na porta.

- Pode entrar - ele falou do lado de dentro.

- Ah, profes... ssor - sua voz saia vacilante, enquanto entrava devagar na sala.

- Sim, senhorita Massy - ele falava, enquanto se levantava de sua cadeira. - Deixe aberta - pediu, vendo que a menina fazia um movimento para fechar a porta.

- Professor, preciso falar com o senhor - ela começara, segurando as mãos na frente do corpo e olhando para o chão, enquanto internamente gargalhava só em imaginar como o professor estaria enxergando sua figura ali.

- Senhorita Massy, creio que não temos mais o que falar - ele falava de forma distante.

- Mas professor - ela dava um passo e então fechou a porta. - Não sei o que acontece comigo, mas não posso esquecer, preciso falar com o senhor. Tenho pensado bastante, e o senhor não me sai da cabeça, desde aquele dia.

- Melhor não lembrar, senhorita. Aquilo foi um erro, uma...

- Eu acho que estou apaixonada pelo senhor - ela o interrompia, finalmente levantando seu rosto e fixando seu olhar azul nos olhos verdes do professor. Lize ainda não havia notado aquele rosto.

- Bobagem, senhorita, devo-lhe dizer que está confundindo os sentimentos. Aliás, é muito jovem para saber se está ou não apaixonada - ele falou, saindo de trás de sua mesa e se afastando um pouco mais da jovem.

- Desculpe-me professor, mas sei exatamente o que estou sentindo - ela falava, demonstrando uma enorme certeza.

- Senhorita Massy, queira se retirar de meu escritório - ele disse, já abrindo a porta. Lize não teve outra alternativa a não ser se retirar. Aquela conquista estava sendo mais complicada que imaginara.

Aquele professor realmente estava começando a intrigar Annelise. A jovem loira possuia todos os atributos que poderiam atrair um homem, mas porque ele se recusava a enxergá-la? Enquanto sua conquista não seguia em frente a jovem ainda tinha que lidar com o primo e seu "grudismo", além de se concentrar para exames. Não era de praxe de sua personalidade sair mal nos exames, mas se saísse bem nos exames de feitiços como ficaria sua cobrança por aulas extras com o professor Vito? Com toda a sua concentração a jovem Massy fazia de tudo para errar os feitiços. Uma enorme decepção para a direção que sempre se orgulharam da melhor aluna na arte de lançar magias. Uma reunião foi solicitada com a jovem e a direção. Lize apenas falou que naquele ano não estava conseguindo fazer feitiços como antes e que talvez aquilo fosse pela mudança de mestres e que talvez algumas aulas extras poderiam servir. Ela falara que o professor já as dera durante algumas semanas e que ela sentia que estava evoluindo, mas o mestre parara de ensiná-la. Lize jogava suas cartas na esperança da direção afimar ao professor que ele deveria lhe dar aulas. E a jovem possuía uma lábia tremenda, pois naquela mesma noite o professor Vito fora chamado no gabinete da diretora que lhe pediu para que auxiliasse a aluna. Por algum motivo, quando perguntado por que não continuava com as aulas extras, o professor não comentou sobre o beijo, disse apenas que achava que a senhorita Massy já havia recuperado a confiança em seu dom mágico.

No dia seguinte, após a aula de Feitiços o professor Vito pediu para Lize aguardar um pouco.

- Senhorita Massy, esses são seus horários extra. Esteja em ponto no horário marcado e na sala informada. - ele lhe entregara um pedaço de pergaminho, que informava que as aulas seriam em uma sala de aula e que teria que levantar cedíssimo para ir à aula. Lize quase soltou um grito de horror, afinal, como ele poderia obrigá-la a se levantar antes das 5 horas da manhã? Mas ela segurou seu ímpeto e assentiu. Se ele achasse que ela iria desistir, estava muito enganado.

- O que eu mais quero, professor, é voltar a ser eu mesma - ela falou sem olhar para o professor, enquanto se dirigia para fora da sala.

Na madrugada seguinte às quatro horas a loira já aguardava pelo professor em uma sala de espelhos. Sua aparência não era das melhores e os olhos ainda pesados eram apenas um detalhe. Na pressa por não se atrasar a garota acabara por colocar uma meia 3/4 azul e outra roxa, em uma combinação nada fashion. O cabele entretanto estava bem penteado, caindo delicadamente pelas costas semi-nuas da jovem, que vestia uma blusa de alça e quase frente única. A saia, preguiada, em tom vermelho completava o look. Entretanto, algo faltava, ela não havia pintado os lábios. Se deixou deslizar de costas em um dos espelhos, sentando-se no chão, ainda com muito sono. Quando o professor abriu a porta, Annelize deu um salto, se colocando de pé.

- Pelo visto chegou cedo, senhorita - Vito falou, com um sorriso sarcástico nos lábios. Lize não deixaria por menos, iria tratar de lhe mostrar que não era apenas um rostinho bonito e que ele era sua caça agora.

- Boa madrugada, mestre - ela falou, deixando sair um bocejo bastante longo. Os olhos ainda estavam pesados.

- Muito bem, senhorita Massy. Creio que devemos começar por feitiços simples. Escolhi essa sala para que a senhorita possa treinar seus movimentos, observando-se perante esses espelhos. Claro que não poderá lançar feitiços hoje, pois eles ricochetearão e poderão atingir a senhorita. - ele falava, animado, o que era um tanto muito animado para a jovem Lize.

"Espero que um atinja o senhor" - ela pensava, enquanto olhava para o professor, tentando ao máximo parecer concentrada em suas palavras.

- Então, onde está sua varinha? - perguntou por fim. Lize então, delicadamente levantou um pouco a saia e tirou de uma cinta liga a varinha. Aquele era o lugar ideal para guardar a saia. Reparara de canto de olho que o professor havia desviado o olhar, mostrando-se surpreso em ver a garota tirar a varinha daquele lugar.

- Aqui está, professor. - ela falou, com toda a inocência de uma criança de 3 anos.

Naquele dia eles passaram uma hora e meia treinando movimentos. Lize fazia todos os movimentos que o professor mandava, alguns ela errava e outros acertava. E sempre que errava o professor a mandava refazer, até que acertasse. Ao final daquela aula, Annelize estava exausta, querendo apenas uma cama e dormir o resto do dia. Assim, foi direto para o dormitório e quando finalmente se jogou na cama, Marine se levantava e gritava para todo o dormitório ouvir que já era hora de todas se aprontarem para a visita à um vilarejo bruxo próximo.

Se Lize tivesse forças ela certamente teria pulado no pescoço da amiga. Mas apenas consentiu, se levantando e indo se arrumar.

Nos dias subsequentes, a mesma maratona era feita, Lize levantava-se de madrugada para as aulas, treinava e quando voltava já tinha que ir para a aula. A jovem ao findar da semana estava com olheiras enormes, que eram disfarçadas por quilos de corretivos, bases e todas as maquiagens possíveis. Lize não queria admitir, mas o professor era mais durão do que imaginava. As vezes a garota se perguntava se talvez o professor não gostasse de mulheres e sim de homens, mas ela tentava refutar a ideia.
Naquele domingo o professor havia sacaneado com a aluna, havia marcado aula bem no horário livre em que os alunos poderiam sair sem supervisão de professores. Lize adorava aquele momento para poder se encontrar com algum affair sem perigo de ser pega. Mas naquele domingo, ela tinha outro compromisso.

O professor já a aguardava na sala quando ela passou pela porta. Pela primeira vez Lize usava um vestido florido, longo, bastante suave. Os cabelos estavam amarrados em um rabo de galo e seu rosto estava limpo de maquiagem, o que demonstrava que sua beleza não sairia com a água, conforme acontece com outras mulheres.

O professor parecia bem mais sociável naquele domingo e Lize se atreveu a dialogar com o professor.

- Confessa professor, o senhor está adorando me fazer levantar cedo, não é? - ele se fazia de desentendido, respondendo que não, mas ela continuou. - Mas eu não vou desistir - ela concluia, agora pegando a varinha, que estava em um bolso do vestido.

Naquele domingo Lize fizera um avanço muito grande, apesar de ter atingido o professor com um feitiço, de forma não proposital.

- Ah, professor, professor, o senhor está bem? - ela correu em auxílio do mestre que havia caído com o impacto do feitiço. - Ai meu Merlin... matei o professor - ela falava, colocando a cabeça do mestre em seu colo, com cara realmente assustada. - Foi um acidente, professor, me desculpe, por favor... responde, responde - ela falava cada vez mais assustada enquanto dava palmadas no rosto do mestre.

- Senhorita, senhorita - o professor falava, enquanto sentia os tapas de Lize - Annelize - e então segurou a mão de Lize.

Ela finalmente olhara para o professor, encontrando o olhar esverdiado do mestre, que parecia mergulhado no olhar azul da jovem. E então a gargalhada saiu de sua boca. Lize então empurrou a cabeça do professor que bateu no chão e se levantou revoltada.

- Bobo... eu pensei que pudesse ter... ter - ela falava, mas pela primeira vez na vida de Annelize as palavras lhe faltavam em sua boca - Parece mais imaturo que um primeiranista - falou por fim, fazendo uma careta para o professor. A jovem nem havia percebido que Vito finalmente havia a chamado pelo primeiro nome.

Daquela tarde em diante a relação de mestre e aluna ficara bem menos formal do que deveria ser. Mas Annelize sabia que não devia deixar tudo a perder por algum capricho, e busca tratar o professor com muito respeito durante as aulas, sempre o chamando pelo sobrenome, assim como ele a chamava pelo sobrenome. Entretanto, durante as aulas a intimidade entre os dois ia se tornando cada vez maior. Lize comentava sobre sua família, do tanto que era sufocante ter que sempre estar correspondendo às expectativas, enquanto Vito lhe contava como havia se tornado professor.
Vito devia ter uns quarenta anos, mas era um homem enxuto. Cabelos cor de mel, olhos verdes, barba sempre bem feita, cabelos arrumados, sempre muito bem vestido. Havia se formando na Academia Italiana e após correr o mundo voltara para dar aulas. Segundo ele, a academia era suas origens e depois de certa idade deveria voltar às suas origens para saber o que deveria fazer.

Era uma tarde de domingo ensolarada e convidativa para um passeio pelos jardins, mas Lize e Vito estava sentados no assoalho da sala, exaustos dos treinos. Estavam bem próximos um do outro. Lize estava com seu característico batom vermelho, mas estava com um cacaquinho cumprido, enquanto ele estava com uma calça preta e uma camisa de manga curta na cor azul celeste. Os dois estavam em silêncio, apenas escutando o canto dos pássaros. Era começo de primavera e o clima agradável após um inverno rigoroso era reconfortante. Uma brisa suave entrou pela sala, trazendo ao nariz de Vito o suave perfume de Lize. Ele a olhou, e ela retribuiu seu olhar.

"Vamos ver se ainda é tão durão" - Lize pensou, se aproximando-se mais um pouco do professor. Seus passos deveriam ser sutis, para não espantar o professor, nem fazer cair toda a ponte construída entre eles. Deixou a varinha rolar para perto do professor, que a segurou em sua mão. Lentamente a menina foi pendendo seu corpo até que estava tão próxima que sentia a respiração ofegante do professor. Aguardou um instante e então avançou, beijando-o. Dessa vez o professor não a repulsou, antes, estava retribuindo seu beijo. Seus braços passaram a envolver as costas da menina, enquanto ela sentia o bailar de suas línguas. Um beijo como ela nunca havia recebido daqueles garotinhos da escola, essa era a diferença de beijar um homem, ela pensava, enquanto levava suas mãos à face do professor. Após o beijo ambos ficaram olhando um ao outro, com as testas juntas, ofegantes, sorrindo.

Ela havia conseguido. Havia conquistado o professor durão. Mas e agora? o que faria? Ela queria mais. "Não só beijar, mas deixar ele caidinho por mim" - suas próprias palavras ecoaram em sua mente. Ela sabia o que deveria fazer e continuaria a fazer.

(...)

- Oi bonitão? Vem sempre por aqui? – ela falava ao ver Vito entrando na sala. Estava sentada sobre a mesa dele, com as pernas em uma meia fina preta cruzada no ar, calçada em um Christian Dior em tom azul petróleo. Vestia um Prada preto, bastante básico, com um decote nem tão senhoril e nem vulgar. Os cabelos loiros caiam delicadamente sobre os ombros, formando alguns cachinhos nas pontas. Nos lábios um batom vermelho. Sorriu para ele enquanto dava uma piscadela de olhos.

- Está maluca menina? – ele falava, sorrindo, meio sem jeito, tentando parecer que dava uma bronca.

- Você não me respondeu. Vem sempre aqui, gatão? – ela falava, agora descruzando as pernas e descendo da mesa. Caminhou ao seu encontro, com andar suave e provocante – Acho melhor terminar de entrar, professor - falou, enquanto puxava suavemente o professor e fechava a porta do escritório.

- Lize, não pode estar aqui. – ele falava, com toda a autoridade de professor.

- Mas professor, eu estou com uma dúvida terrível e só o senhor poderá aliviar minha mente – ela disse, sorrindo maliciosamente para ele.

- Lize, se alguém pegar a gente – ele tentou falar, enquanto via Lize elevar o dedo indicador e tocar seus lábios.

- Relaxa querido, eu não vou contar... - ela falou finalmente, tocando seus lábios nos dele, enquanto seus braços envolvia o pescoço de Vito.

Ela sempre dava um jeito de passar no escritório do professor ao final do dia, para lhe conquistar cada vez mais. O relacionamento que começara bastante tímido tomava proporções muito maiores do que Lize havia previsto. Gostava de ver o professor caidinho por ela, e gostava muito mais de bancar a mulher fatal para o mestre.

- Sabe que se alguém descobre, posso ser mandado embora além de responder a um processo, não sabe? - ele falava entre um beijo e outro. - E que prefiro quando usa sua inteligência ou invés de seus dote, não sabe? Sabe que é muito melhor do que apenas um corpo bonito

Lize parecia não dar a mínima naquele momento, apenas puxou sua cabeça de volta e tocou novamente seus lábios, enquanto ele passava seus braços pela cintura da jovem e a erguia do chão. Entretanto, naquela noite, enquanto rolava na cama para um lado e outro, a garota pensava no que poderia acontecer. E então a garota se viu realmente gostando do professor. Ele era sempre gentil, educado, divertido, inteligente, ela enumerava as características do professor e ao final daquela noite ela assentiu que realmente não poderia mais viver longe do professor.

Do outro lado da história, Vito Facinelli sabia que o que estava fazendo não era certo, não era ético, mas não conseguia parar mais de pensar na aluna que tinha um ar provocante, um andar sensual, mas que sabia ser dócil, era inteligente e muito perspicaz. Tentava se separar da menina, mas não conseguia mais, estava envolvido demais. Sonhava com Annelize quase todas as noites, e até fazia planos. Mas sempre se perguntava se a garota realmente gostava tanto dele, como ele gostava dela.



Os dias passaram e estava quase na hora de voltar para casa e Lize se via desesperada com a possibilidade de perder seu verdadeiro amor. Estava muito diferente, já não usava mais o batom vermelho e não era mais vista na companhia de garotos aos beijos, não, ela havia encontrado aquele que a completava e estava mudando, tornando-se cada vez mais madura. Ela havia tomado uma decisão e precisava falar com Vito. Por isso, naquela noite ela foi ao quarto do professor. Precisava conversar com ele. Não bateu na porta, apenas a abriu e entrou. O quarto era muito organizado e sóbrio, como o professor era. Estava um pouco escuro, mas a luz da lua iluminava o caminho. O professor dormia na cama. Ela caminhou até ele e ficou parada, observando-o alguns minutos. Como era lindo, como não havia reparado antes, se perguntava. Deu a volta na cama e então se deitou ao lado do professor, levando sua mão à cintura do mestre, abraçando-a.

Vito havia acordado e falou, com voz baixa:

- Lize... - e então se virou para a menina. Ela tinha lágrimas nos olhos e ele passou o polegar sobre sua face, enxugando as lágrimas.

- Fala que nunca irá me deixar... por favor - ela pediu, delicadamente e verdadeiramente ao homem deitado ao seu lado.

- Nunca - ele respondeu.

Naquela noite Lize lhe contou sobre o noivado e sobre as intenções de sua família e do quanto tinha medo do que eles poderiam fazer para separá-los. Então, a jovem Massy propos ao professor se unirem, para que ninguém pudesse separá-los.

Na manhã seguinte, por varias horas ninguém conseguiu encontrar nem o professor de feitiços nem a jovem Annelize Massy. Eles estava muito longe dali, em uma pequena igreja, na frente de um sacerdote, fazendo os votos matrimoniais. Trocaram alianças e Lize estava radiante em um vestido florido, pois não tinha nenhum vestido branco. O sacerdote a princípio achara estranho o casamento, principalmente pela diferença de idade entre os noivos, mas após uma longa conversa com os dois, viu com seus próprios olhos que os dois se amavam verdadeiramente.

Da igreja eles seguiram para uma pousada. O dia já estava acabando e foi sob um por do sol maravilhosamente bonito que aquela relação foi consumada. Vito e Lize se amaram, em uma explosão de sentimentos, de carícias, de desejos, de amor.

Lize voltou à Academia de madrugada, chegando ao dormitório feminino com um sorriso enorme e muito leve. Naquela noite a menina dormira como nunca havia dormido.

Os últimos dias daquele ano passaram voando, e Lize e Vito quase não se viram, e quando se viam a expressão de felicidade era pouca para descrever aqueles momentos. O professor vivia sorrindo para as paredes e Lize não conseguia esconder sua alegria. Suas amigas ficaram intrigadas, mas Lize não lhes contara o que acontecia. E quando perguntada da aposta que fizera, Lize falava que havia mudado, que aquilo não importava mais, pois ela possuia agora novos interesses, o que sempre despertava nas amigas a curiosidade em saber quem a amiga estava "pegando" agora.

O dia era de despedidas, Lize, Marine, Lilyn e Ellen se despediram aos prantos, afinal iriam ficar o verão todo longe uma da outra. Prometeram cartas e mais cartas umas as outras. Aquela foi a última vez que Lize vira as amigas. Depois de se despedir das amigas, Annelize foi até um lugar que guardava muito bem na memória. Chegou e o encontrou ali. Correu para os braços de Vito. Um abraço correspondido pelo do mestre. Um casal que tinha tudo para ser o mais feliz da face da terra. Depois de muitos beijos, Vito falara que iria para Arezzo, sua cidade natal, preparar a casa deles e que assim que estivesse toda pronta iria ao seu encontro, em Mônaco, e a levaria para a casa deles.
Lize ainda sentia calafrios em pensar no que seus pais e sua bisa iria dizer quando soubesse que a jovem havia se casado. Teriam que aceitar, afinal, aquela era sua escolha.

E foram felizes para...


Lize partira com o coração na mão. Afinal, acabara de se casar, agora era Annelize Louise Massy Facinelli e nem poderia curtir direito seu amado esposo. Entretanto, ela guardava em toda sua alma a noite que tiveram após o casamento. Todos os passos, as palavras, os toques, os beijos, tudo servia como pilar para que conseguisse voltar para casa. Ainda não conseguia imaginar a reação da família ao contar que havia se casado. Claro que não esperava uma festa de boas vindas para Vito, ainda mais depois de saberem que ele era um professor e que tinha 40 anos.

A viagem fora rápida. Annelize achava que nunca havia gasto tão pouco tempo como naquele dia. Os cabelos estavam presos em uma trança, e o vestido, preguiado, na cor azul, demonstrava uma serenidade que a garota ainda queria achar para poder enfrentar os pais. Os olhos azuis vinha protegidos por um óculos escuro. Descera do carro, afinal, mesmo sendo uma bruxa, as aparências deveriam ser mantidas. Estava em La Condamine e em casa pareciam ter se esquecido de sua chegada, afinal, não havia ninguém lhe esperando, o que deu um ar muito mais leve à garota, que soltara um suspiro feliz por não dar de cara com Antoinette e nem Louis. Não queria esperar que Vito viesse para contar à família. Queria poder acabar com aquela farsa naquele momento. Começou a caminhar, lentamente, buscando se lembrar de momentos felizes naquela mansão, mas não se recordava de nenhum, os momentos felizes estavam em outro lugar, com apenas uma pessoa. Ela sorriu e finalmente sabia, aquele não era seu lugar.

Quando empurrou a porta porém, toda aquela alegria se transformara em uma surpresa. Havia uma pequena festa em sua homenagem, e Lize não entendia o por que, afinal, sempre retornava para casa nos verões. Entretanto, quando sua mãe e sua bisavó se aproximaram dela sorrindo, o sexto sentido de Lize pulsou, e ela sabia que daqueles sorrisos não poderiam sair boas coisas. Recebera um abraço de ambas e da bisa algumas palavras ao pé do ouvido.

- Comporte-se bem e sorria.

Lize não compreendia aquelas palavras, até que Louis apareceu, trazendo para ela um buquê de rosas vermelhas. O primo, e noivo, fato este que ela fazia questão de esquecer, estava como sempre, entretanto para Lize não passava de mais um garoto antipático e inútil. Ele lhe deu um beijo na testa e Lize teve asco daquela hipocrisia toda. Queria sair correndo dali, mas sua bisavó fora mais esperta e lhe agarrara o braço, conduzindo-a ao centro do salão.

- Caros colegas e amigos. Nossa pequena Annelize cresceu - Antoinette falava, arrancando um suspiro da plateia, enquanto exibia a bisneta - E assim como ela cresceu, o amor entre ela e Louis também, amadurecendo nesses anos todos. Foi com grande alegria que no ano anterior eu aceitei o pedido de Louis para noivar com minha querida bisneta, e é com prazer maior ainda que - ela fez uma pausa, enquanto Lize olhava assustada para a figura da velha. Não estava acreditando, não podia acreditar. - Louis, posso falar? Obrigada. É com imenso prazer que posso anunciar que Louis e Annelize marcaram a data do casamento - ela anunciava.

Annelize ficara atônita. Que bisavó entregaria a bisneta de 14 para 15 anos apenas para conseguir um lugar ao sol. (Certo, muitas fariam isso) Lize tentou se desvincular do braço da velha, mas não conseguiu. Ela não sorria, apenas se mostrava assustada, e ficou ainda mais quando Louis apareceu em sua frente tentando lhe dar um beijo. Por sorte e seus reflexos rápidos ela virara o rosto, e ele encontrara apenas uma bochecha. Aquele circo havia passado da conta e Lize tinha que fazer alguma coisa. Entretanto as duas velhas senhoras não deixavam com que Lize reagisse, e até que o último convidado não foi embora, incluíndo o primo, elas não soltaram da menina.

Lize não podia esperar por Vito, precisava ela mesma tornar público para sua família que já havia se casado.

- Vocês não estavam falando sério, neh - ela perguntava olhando de uma para a outra, suplicante de que uma respondesse que aquilo era apenas uma pegadinha.

- Você tirou a sorte grande, minha filha, irá se casar com o sétimo na linha de sucessão e trará muita honra para essa família - falava uma mãe radiante com a possibilidade de títulos.

- E por um acaso não vale o que eu acho? Por que ninguém aqui perguntou o que eu achava

- Você vai se casar. Nem tente querer estragar o futuro de sua família - Antoinette encerrava o assunto naquele final de tarde.

Lize não teve nenhuma escolha a não ser subir para seu quarto. Precisava se comunica urgentemente com Vito. Escreveu-lhe uma carta contando que havia chegado em casa e que havia se deparado com um pesadelo, em que tinha marcado um casamento para ela. Não demorou muito e ela recebeu a resposta de Vito, por coruja. Ele pedia calma à amada, e informava que em poucos dias iria ao seu encontro. Que aguardasse até que ele chegasse e então poderiam ir para a casa em Arezzo.

Lize aguardou então, preferindo ficar em seu quarto naqueles dias que se seguiram. Era engraçado como se sentia decidida a lutar por seu amor. Um mês se passara e Lize começara a sentir-se um pouco enjoada. Quase nenhuma comida parava em seu estômago, e isso começava a levantar suspeitas para as matriarcas da família. Lize porém achava que era apenas o nervosismo de estar prestes a se casar, já sendo casada. Vito lhe mandara uma carta, com uma foto da casa pronta, e dizendo que estava a caminho.

Lize começava a ter algumas suspeitas de que os enjoos não eram frutos do estresse. Sua menstruação não havia vindo e só de pensar que poderia estar grávida fazia com que o coração da jovem disparasse de felicidade. Em pouco tempo estaria longe daquela casa, com seu esposo e possivelmente estaria esperando seu primeiro filho. Era tudo o que Annelize queria, entretanto, aquele não era o destino traçado para ela.

- Annelize, precisamos conversar - Antoinette entrava no quarto da jovem, sentando-se em uma confortável poltrona. Lize estava deitada na cama. Os enjoos passara? - ela perguntou e Annelize respondera que sim, que achava que era apenas nervosismo. Antoinette apenas consentiu, permanecendo em silêncio.

Ela se levantou e pediu à menina para que fizesse o mesmo. Se aproximou dela e então deferiu um tapa.

- Acha que pode me enganar? De quem é esse filho? o que pensa que está fazendo? Você está prestes a se casar e me aparece prenha? Sua inconsequente - a velha falava, sem erguer a voz, mas de forma cortante. - Quem é o pai? aposto que é algum burguesinho italiano que te levou na lábia.

Ah, aquilo era demais, poderia aguentar ser esbofeteada, xingada, mas falar que poderia ter se envolvido com um burguesinho era demais.

- Ele não é um burguesinho. Ele é meu esposo - ela falou, gritando, fazendo com que sua bisavó desse um passo para trás e sentasse-se novamente. - Sim, eu não vou me casar com Louis, pois eu já me casei. Me casei com o homem que eu amo, e vamos ter nosso filho e vamos viver felizes, longe disso tudo aquilo.

- Cala a boca, cala a boca, cala a boca - a voz de Antoinette se alterava cada vez mais, enquanto se aproximava de Lize e lhe esbofeteava. - Por Merlin. Não vou deixar uma coisinha como você estragar planos de uma vida inteira. Você não terá esse filho. Escute bem, não terá

- Se tentar fazer alguma coisa contra meu filho, o mundo inteiro vai saber. Não pense que eu não tenho coragem, pois eu tenho. Ninguém vai tocar no meu filho. E não se preocupe, eu e Vito já temos onde morar, e não precisaremos de vocês..

Antoinette saira batendo a porta. O que se segui em diante foi um pandemônio na casa. Margarity e Antoinette discutiam o que fariam, e como fariam para que ninguém soubesse. Decidiram por manter Lize presa no quarto, sem comunicação e mandou que vigiassem os portões e impedisse a entrada de qualquer um que quisesse falar com a garota, inclusive por correspondência.

A barriga de Lize ia crescendo com o passar do ano, e quando a garota achava que voltaria para a escola teve a decepção de que ficaria em casa. À Academia foi informado que a jovem estava com a saúde debilitada e que precisaria fazer um tratamento. Mesma notícia dada a Louis e à imprensa trouxa monegasca. Entretanto Lize continuava sadia, mas presa no seu quarto, como uma princesa à espera de seu príncipe. Os meses passaram e ela não tinha nenhuma notícias do esposo, mas também não sabia que o homem tentava de todas as formas algum contato, sendo sempre impedido pela família.

Quando Lize estava para completar os meses fora levada para uma cabana, em umas terras que não eram nem Monegasca, nem francesas e nem italianas. Ali Lize deu a luz a um jovem garoto de olhos verdes como o pai. Fora um parto rápido, e Lize logo pediu o filho. A parteira lhe entregou, e ela agradeceu, pois caso ele não estivesse em suas mãos, sua mãe e bisavó o teriam tirado dela e sabe-se lá o que teria acontecido com a criança. Lize ainda se recuperava do parto, com a criança nos braços quando Vito apareceu, e a carregando a tirou daquela cabana. Haviam aparatado, não para muito longe, mas até um meio de condução trouxa para que não pudessem ser seguidos magicamente.

Vito era só felicidade em ver o filho, em poder pegá-lo em seus braços. Lize também, finalmente sua família estava reunida.

Passaram algumas semanas em várias pousadas, até que chegaram em uma cabana. Não era a casa que Vito havia arrumado, mas agora era o lugar seguro para estarem. Ali permaneceram por alguns meses, vivendo tranquilamente, amando-se, até um dia. Lize havia ido à uma vila próxima comprar algumas verduras e deixara Vito e Enric na cabana. Quando voltara a cabana estava incendiada e sua mãe e bisavó estavam lhe esperando. A jovem esperneara, gritara, se desesperara na procura pelo filho e marido, mas nada, apenas o fogo consumia tudo ali.

Fora levada de volta para a casa e de lá mandada para estudar em Hogwarts, onde deveria cursar o quarto ano novamente, pois havia algumas diferenças de currículos entre as academias...


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Annelize era uma garota muito alegre, esperta, perspicaz, consciente de que seus dotes femininos poderiam fazer qualquer um "quebrar o pescoço". Possui uma inteligência muito grande, além de ser companheira e amiga leal. Entretanto, após um trauma passa a carregar uma tristeza mortal, querendo apenas chorar, repelindo qualquer um que tente se aproximar de si. Seu olhar, antes desafiador, cheio de vida, agora era vazio e distante. Quando estudava, a garota era extremamente comunicativa, determinada e uma líder nata. Seu jeito despojado e livre faziam enorme sucesso na Academia Italiana de Magia. Com uma lábia poderosa e a sedução pulando de seus gestos, sempre conseguia o que queria. Era as vezes explosiva, impulsiva, mas muito astuta, principalmente para sair de qualquer possível enrascada. Era amante da liberdade, até conhecer Vito Facinelli, que veio a se tornar seu esposo. Com a convivência de Vito, passa a apresentar-se mais dócil, mais suave, menos sexy e menos "meretriz", deixando as conquistas amorosas de lado. Fiel, sonhadora, acreditava estar vivendo um verdadeiro conto de fadas, em que a princesa aprisionada é resgatada pelo príncipe.

Adorava uma festa, mesmo que particular, e para Vito sempre gostava de parecer mais provocante. Madura e cheia de si, a jovem garota podia ter tudo o que queria, e só queria ser feliz. Quando fica grávida, desenvolve um espírito maternal muito forte, tentando proteger seu filho de possíveis maus que a bisavó e a mãe possam vir a fazer. Guerreira, pode-se dizer, quando resolve enfrentar tudo e todos para poder continuar vivendo seu conto de fadas. Mas nenhuma dessas características fora capaz de salvá-la de uma enorme tragédia.

Filho e marido são mortos, deixando uma Annelize morta por dentro. Sua única vontade agora é de chorar e clamar pela dama de guarda-chuva, não se perdoando por ter deixado o marido e o filho morrerem.

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Artista do Avatar: Elisabeth Harnois
Avatar:
(Imagem trabalhada pela grande amiga Sah)

Cabelos loiros cumpridos, ondulados, olhos azuis, rosto delicado, lábios definidos e corpo de mulher. Essa é Annelize Louise Massy Facinelli. Com olhos de azul celestes profundos, capazes de fazer qualquer um querer mergulhar naquelas orbes, e boca ao mesmo tempo suave e convidativa a ser provada, Lize fazia um tremendo sucesso na antiga escola. Sempre muito bem vestida e calçada, adorava estar utilizando marcas famosas e de belo corte. Seu corpo apesar da idade, 16 anos, está completamente formado. Tem um metro e sessenta e seis centímetros, mas como a garota vive sempre em cima de um salto de no mínimo dez centímetros sua presença é sempre notada. Carrega consigo uma corrente de ouro e dependurada a ela uma aliança de ouro. Na aliança as palavras "Para sempre Vito" estão entalhadas. Seu olhar infelizmente agora carrega a dor e distância, não demonstrando nem de longe a garota alegre e cheia de vida que foi um dia.

Sua varinha, de trinta centímetros, com pelo de unicórnio no núcleo é um dos pertences que traz consigo, sempre posta em uma cinta liga que calça na perna direita. Também carrega consigo uma foto do marido e do filho, ambos falecidos.


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Nível 4: 30 pontos

Constituição (CON) – 3
Força (FR) – 2
Destreza (DEX) – 4
Agilidade (AGI) – 3
Inteligência (INT) – 4
Força de Vontade (WILL) – 2
Percepção (PER) – 4
Carisma (CAR) – 3
Sabedoria (SAB) – 4
Riqueza (RIQ) – 1

Pontos de vida: (Constituição + força) x 3 = ( 3 + 2) x 3 = 15
Iniciativa: (Inteligência + Percepção + Destreza) / 3* = ( 4 + 4 + 4) / 3 = 4

Pericias
(nível x inteligência) + (idade/2)* = (4 x 4) + (16/2) = 24

• Blefar (lábia) 3
• Conduzir 2
• Diplomacia 3
• Esportes 3 - quadribol
• Furtividade 3
• Idiomas – Frances 0 , inglês 1, italiano 1
• Intuir intenção/notar 2
• Investigar/procurar 2
• Fúria Feminina 1
• Sedução 3

Legenda:

Falas Annelize
Falas professor/Vito (Imagem de como seria o VITO)
Falas Antoinette (bisavó)
Falas mãe

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